sábado, 10 de dezembro de 2011

Mulheres Negras no Mercado de Trabalho


Por Vitor Barbosa dos Santos
Ao entrarem no  mercado de trabalho, as mulheres negras, encontram bastante desvantagens, mesmo que sua participação seja mais intensa que a de mulheres não-negras. A descriminação racial se acumula à ausência de equidade entre os sexos, aprofundando desigualdades e colocando as mulheres negras na pior situação comparada aos demais grupos (homens não-negros e negros e mulheres não negras). Elas sofrem dupla discriminação de sexo e cor pela sociedade, as mulheres de classe baixa encontram-se em situações de trabalho mais precárias, com salários baixos e apresentam altos índices de taxas de desemprego (DIEESE, 2005).  

As mulheres representam a maioria da força de trabalho, no entanto, continuam a receber salários inferiores aos dos homens. A remuneração da mulher é, em média, 82,3% da remuneração do homem e as aquelas que apresentam nível escolar superior completo só conseguem receber 58% do salário dos homens com igual escolaridade. Além das diferenças salariais, há os obstáculos ao seu acesso aos cargos mais elevados e qualificados, que concentram o poder e os melhores salários, e quando conseguem alcançar esse posto de trabalho tendem a ser menos valorizados. O acesso e a permanência no emprego continuam vinculados a comprovação de não gravidez, limite de idade, experiência profissional, portanto estabelecimento de critérios para contratação. Quando estas conseguem o cargo almejado ainda podem se deparar com outro problema ambiente de trabalho o assédio sexual e assédio moral (LIMA, 2004).

O movimento de mulheres negras vem atuando politicamente sobre os aspectos étnicos/raciais e sociais desenvolvendo novos acordos e associações. Cresce ao mesmo tempo entre as mulheres negras, a consciência de que o processo neoliberal que, entre outras coisas, acentua o processo de feminização da pobreza colocando a necessidade de articulação e intervenção da sociedade civil a nível mundial. Essa nova consciência tem levado estas mulheres a desenvolverem ações e criar instituições para buscarem melhoria das condições de vida, inserção no mercado de trabalho e conseqüentemente maior visibilidade social (PINTO, 2006). 
REFERENCIAS

DIEESE. A mulher negra no mercado de trabalho metropolitano: inserção arcada pela dupla discriminação. Estudos e pesquisa, 2005. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/esp/estpesq14112005_mulhernegra.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2011.           

PINTO, Giselle. Situação das mulheres negras no mercado de trabalho: uma análise dos indicadores sociais. Minas Gerais, set. 2006. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_298.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2011.

LIMA, M.E.B. Organização das mulheres na central, sobre a discriminação sofrida pelas mulheres no mercado de trabalho, política de cotas e sobre sua própria trajetória de Mulher trabalhadora e sindicalista. Em Revista, Santa Catarina, ano 3, N° 5, p. 14-15, 2004. Disponível em: <http://www.observatoriosocial.org.br/download/emrevista5.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2011.

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