quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Plano de Ação


Nosso grupo realizou Planos de Ações tendo como foco principal de atendimento às mulheres, beneficiando-as e garantindo seus direitos. Os temas e objetivos gerais foram:

· RODA EDIFICANDO A FAMÍLIA (Samantha Zen Rauta): Socializar problemas familiares das mais diversas formas, sofridas pelas mulheres, com a finalidade de buscar resoluções, com apoio psicológico, jurídico e sócio-assistencial para os problemas familiares, seja no âmbito prático ou complexo.

· GRUPO DE MULHERES DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DOS 4 BAIRROS ( MONTE CASTELO, DIADEMA, PARQUE RESIDENCIAL DA FLORES E ANTÔNIO ROLIM) (Rosy Rosa da Silva):  Incentivar as mulheres desses bairros a se unirem em grupos para lutar pelos seus direitos.

· DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DA MULHER (Jordano Miguel dos Santos Machado): Informar o público feminino do município de Nova Venécia - ES sobre direitos sexuais e reprodutivos.

· CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE NOVA VENÉCIA – ES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (Vitor Barbosa dos Santos) : conscientizar a população de Nova Venécia – ES sobre a violência doméstica que ocorre no cotidiano, mostrando os diferentes tipos de violência existentes, seus impactos na família e a importância da realização da denúncia para a implantação de novas políticas públicas que assegurem às vítimas os seus direitos.

· FORMAÇÃO DE GRUPO DE MULHERES USUÁRIAS DO CAPS AD (CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS)
 COMO PRÁTICA DE CIDADANIA E ESTRATÉGIA DE COMBATE A VIOLÊNCIA DE GÊNERO
(Lilian Cláudia Nascimento):
Promover cidadania entre mulheres usuárias do CAPS AD através da formação de grupo de mulheres como estratégia de combate a violência de gênero.

Os referidos planos foram bastante compatíveis quanto aos seus objetivos, sendo estes, promover a cidadania e garantir direitos, através de orientação, socialização e conscientização. Percebemos que o trabalho coletivo ou de grupos de apoio sempre fortalecem a promoção da cidadania e reflexão da realidade através de ações com equipes técnicas-assistenciais.

Já nos Planos descritos abaixo envolvem a empregabilidade, o lazer e o acesso a serviços disponibilizados pela saúde. A valorização do trabalho gera renda familiar, possibilita a troca de experiências e o resgate de valores.

· CASA DA ARTESÃ (Maurianny Mognatto de Jesus): Promover aumento da renda familiar e consequentemente possibilitar melhoria na condição de vida das integrantes, resgates dos valores culturais e tradicionais que devem ser mantidos de geração a geração.

· AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO DO CENTRO DE SAÚDE DE NOVA VENÉCIA EM BENEFÍCIO ÀS MULHERES E MÃES QUE FAZEM PARTE DO MERCADO DE TRABALHO (Creuza Batista Belcavello): Facilitar o acesso das mulheres e mães que fazem parte do mercado de trabalho aos direitos à saúde, prevenção e cura oferecidas pela instituição ampliando o horário dos atendimentos, consultas e programas de prevenção para até as 20:00h.

Diante de todos os déficits de proteção social existente nas políticas públicas, devido a um sistema capitalista excludente e individualista, vê-se a necessidade de um atendimento mais amplo às famílias.

“O Brasil, apesar de avanços pontuais, ainda está longe de oferecer políticas não-sexistas. E quando governos instauram setores institucionalizados para tratar desta temática, terminam por identificá-las como órgãos que tratam apenas de “políticas de minorias”. Neste cenário, fica a questão sobre como efetivamente minimizar o “déficit democrático” via implementação de políticas públicas que reconhecem e enfrente o racismo, o preconceito, a falta de autonomia dos corpos das mulheres; a invisibilidade do trabalho das mulheres, brancas e negras, nos lares e nas comunidades; o desequilíbrio de gênero, raça e etnia nos postos de decisão sobre os recursos públicos etc.”

Violência de Gênero

Por Vitor Barbosa dos Santos
Segundo a Organização mundial de Saúde a violência de gênero é entendida como um problema de saúde pública. Essa violência é qualquer ato que resulta algum sofrimento ou dano físico, psicológico ou sexual à mulher, até mesmo ameaças de tais atos, privação arbitrária de liberdade em público ou na vida conjugal, como maus tratos, castigos, pornografias e agressão sexual (KRONBAUER e MENEGHEL, 2005).

Segundo GIFFIN, 1994 afirma que nas sociedades onde a definição do gênero feminino referida à esfera familiar e à maternidade, a referência fundamental da construção social do gênero masculino é sua atividade na esfera pública, concentrador dos valores materiais, o que faz dele o provedor e protetor da família. Enquanto nestas mesmas sociedades, atualmente, as mulheres estão maciçamente presentes na força de trabalho e no mundo público, a distribuição social da violência reflete a tradicional divisão dos espaços: o homem é vítima da violência na esfera pública, e a violência contra a mulher é perpetuada no âmbito doméstico, onde o agressor é, mais freqüentemente, o próprio parceiro.

Ao organizar a sociedade, os seres humanos utilizam vários eixos de hierarquização, estabelecendo regras culturais, sociais, éticas e legais para reger o comportamento de indivíduos na coletividade. As regras de autoridade, gênero e idade são fatores de grande importância na análise das relações sociais e interpessoais da violência sexual dentro do espaço doméstico ou fora do mesmo. A regra da autoridade determina o domínio do mais forte sobre o mais fraco, enquanto que a de gênero regula as relações entre homens e mulheres. A regra de idade, de um lado rege as relações entre crianças e adolescentes e, do outro, as relações entre adultos detentores do poder e desses sobre os primeiros, socialmente excluídos do processo decisório (SAFFIOTI, 1997).

Referências:
KRONBAUER,José Fernando Dresch; MENEGHEL, Stela Nazareth. Perfil da violência de gênero perpetrada por companheiro. Rev. Saúde Pública. São Paulo, v. 39, n. 5, out. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89102005000500001&script=sci_arttext>. Acesso em: 03 out. 2011.

GIFFIN, Karen. Violência de Gênero, Sexualidade e Saúde. Ver. Saúde Pública., Rio de Janeiro, p.146-155, 1994. Disponivel em: < http://www.scielo.br/pdf/csp/v10s1/v10supl1a10.pdf>. Acesso em 03 out. 2011.

SAFFIOTI, Heleieth. No fio da navalha: violência contra criança e adolescente no Brasil atual. In: Madeira FR, organizador. Quem mandou nascer mulher? Estudos sobre crianças e adolescentes pobres no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Record/Rosa dos Tempos; 1997.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Qual é a regra?

Por Lilian Cláudia Nacimento
Quem está fora da normalidade é anormal? Mas qual é a regra? Se nascer macho é homem; se fêmea, é mulher. Se for mulher tem instinto materno; se homem, não pode chorar. Política é coisa pra homem; se não, é mulher macho!
A naturalização de fenômenos sociais, como a sexualidade, a cada período histórico provoca tendências e cria verdades. O fato de ter nascido macho ou fêmea não condiciona viver a sexualidade por um instinto fixo a ser satisfeito. Isto equivaleria dizer que prevaleceria o sexo biológico conduzindo uma suposta natureza masculina ou feminina atrelando uma representação de homem e de mulher.
A construção de identidade de gênero e sexual embasa-se no tripé indivíduo-sociedade-política. É preciso entender o contexto, o momento em que se vive sem deixar-se alienar ou entorpecer por cristalizações.
Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 458 mulheres (da região sudeste do país) concorreram ao cargo de Deputado (a) Federal nas últimas eleições. E o cargo de Presidente da República, Chefe do Poder Executivo, está ocupado, e atuante, por uma mulher.
Paradoxos de uma sociedade que vive profundas e rápidas transformações sociais provocando a mobilização dos corpos em torno do desenvolvimento sócio econômico. Então, a maneira de ser homem ou mulher em determinada sociedade vem ao encontro de expectativas socialmente construídas e projetadas sobre os corpos?
Desde seu nascimento, o ser humano assimila códigos, símbolos, modelos de comportamento social a partir da inserção num grupo social. O corpo vivo é constantemente estimulado a viver sua sexualidade, e a partir da educação é tentado dar-lhe significado ao que sente e vive.
A trajetória do ser humano é subjetiva, simbólica e social. Constitui-se de múltiplas possibilidades de satisfação dos desejos que, em meio aos signos produzem o significado do afeto para cada pessoa. E esta pessoa, por sua vez, irá investir este afeto de acordo com o resultado da interiorização desta socialização.
Havendo a construção histórica e social de categorias de gênero, criando diferença entre os papeis sociais de gênero masculino e feminino, compreende-se também relações de poder entre gêneros e o esquadriar de espaços para sua atuação.
A orientação sexual proveniente da construção de uma identidade de gênero vem forçosamente comungando com características sexuais. Dando a falsa sensação de que há uma essência; e, diante da qual não se poderia camuflar, esquecer, esconder, converter, enganar, enganar a si mesmo, frente ao seu papel social já internalizado. 
Compreende-se que o sexo biológico não determina o gênero, mas este é internalizado pelas regras de conduta e pela expectativa social, modelando condutas distintas para os sexos opostos na dinâmica social. O que faz perceber a construção de um elo que atrela categoria de gênero e a vivencia sexual. Como consequência o uso do próprio corpo precisa ser normatizado, recebendo doutrina para o convívio em sociedade.
A autonomia é necessária à organização social. A autonomia sobre o próprio reflete nas formas de relações sociais.

Mais de 108 mil crimes por violência contra a mulher foram relatados através do disque denúncia no ano de 2010, segundo Anuário de Mulheres 2011 (p.281). Dentre os tipos de violência destaca-se a violência sexual, moral, psicológica e cárcere privado.

Um milhão de abortos a cada ano, está é a estimativa na atualidade. O corpo vivo recebe as marcas da passagem do tempo e das mazelas sociais. Aquilo que parecia ser essência configura-se em sofrimento e fatalidade.

A formulação de leis é produto da vontade de grupos de interesses que alcançam certo destaque social, afirmando e fortalecendo modos de vida.

A reafirmação de identidades sociais através da visibilidade de ações realizadas através de grupos sociais organizados poderá provocar transformações sociais que, paulatinamente ganham expressão e poderão subverter a ordem vigente. Então, os movimentos sociais são potencialmente dispositivos de mudança social.

É preciso compreender a trajetória de vidas entrelaçadas por múltiplos compromissos e expectativas sociais que forjam a autoestima daquele que, na maioria das vezes, não tem uma percepção crítica das relações de poder engendradas no cotidiano. E, assim, saem multiplicando comportamentos de subserviência, de inferioridade e culpa de fatos que estão longe de serem desvios.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Anuário das mulheres brasileiras. SÃO PAULO: DIEESE, 2011.

Mulher e o Mercado de Trabalho

Por Jordano Miguel dos Santos Machado
Vivemos numa sociedade com diversas desigualdades, principalmente de gênero e raça, porém nas últimas décadas é evidente a inserção da mulher no mercado de trabalho, por diversas razões, como o aumento da industrialização, urbanização e diminuição da taxa de fecundidade.
Mas ainda há fatores que não são tratados de forma igualitária, como a questão salarial, onde ainda há diferenças salariais em relação ao sexo masculino e dificuldade de acesso a cargos de alto escalão.
Outro ponto é que apesar da participação da mulher ser crescente no mercado de trabalho, observa-se que essa participação é mais crescente nas profissões como professora, cabeleireira, cozinheiras, trabalhadoras da área de saúde, trabalhadoras do setor de limpeza e principalmente empregadas domésticas que também na maioria das vezes são negras com baixo nível de escolaridade.
Ter a mulher no mercado de trabalho é uma grande conquista, mas não basta apenas ser independente, é necessário que seja reconhecida e valorizada na sociedade já que de que todos nós somos iguais perante a lei.
REFERÊNCIA
CAMARGO, Orson. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho>. Acesso em: 30 set 2011
NUZZI, Vitor. Rede Brasil Atual. Disponível em: <http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/03/mulheres-no-mercado-de-trabalho-alguns-avancos-e-velhos-problemas>. Acesso em 30 set 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

Mudanças da sociedade

Por Creuza Batista Belcabello

A partir da revolução Industrial em meados do século XVIII, com a expansão mundial a partir do século XIX, as transformações foram acontecendo devido a vários fatores, sendo o mais importante o liberalismo econômico, estabelecendo necessidades de estudo em relação às novas formas de articulações para o crescimento da produção.
Ao analisar os maiores problemas do Brasil em 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas), estabeleceu oito motivos para mudar o mundo, entre eles a promoção da igualdade entre os sexos, onde este parece ganhar mais ênfase, sendo que, de acordo com o relatório do fórum econômico mundial o investimento na educação feminina contribui na redução de grande parte dos problemas sociais, ou seja, gravidez indesejada, mortalidade infantil, aumentando a auto-estima ao adquirir profissão e ganhos salariais.
A desigualdade e a pobreza sempre fizeram parte da sociedade onde uma é conseqüência da outra.  A incansável luta por um desenvolvimento será sempre voltadas às dicotomias sociais, pois as diferenças são mutantes e fazem parte da história da humanidade. Desse modo a inserção da classe feminina no mercado de trabalho evidenciou a elevação e participação efetiva na sociedade se tornando indispensável para o desenvolvimento do país.
Leonardo Boff ( 2005 ) diz que,
“As potencialidades humanas de sensibilidade  pelo outro, de ternura pela vida, de colaboração desinteressada são secundarizadas  para dar lugar aos sentimentos menores da exclusão e dar vantagem pessoal ou classista”.
A ideologia do sistema capitalista e do neoliberalismo fez com que a sociedade dispusesse até de sua própria família onde não se encontra mais a família nuclear originando vários outros modelos, onde uma grande maioria tem a mãe como provedora. 

BOFF, Leonardo. Ecologia Social: Pobreza e Miséria, 2005.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. World Population Prospect, 2006. Disponível em: <http://esa.un.org/unpp/>. Acesso em 25/03/2010.
_________. Estatísticas do Século XX . Rio de Janeiro: IBGE / Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2006.
_________. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. Anual.

Francamente falando..

Por Rayanne Santos Moulaz

As mulheres sempre foram vítimas da desigualdade de gênero. A ela era resguardado as atividades domésticas, cuidado com os filhos e com o marido, ela não podia votar, trabalhar, estudar, ser independente Essa ação é consequência de uma sociedade machista que coloca a mulher em uma condição de inferioridade em relação aos homens é o que conhecemos como desigualdade de gênero, ou seja, mesmo com todo o aumento dos direitos e da autonomia feminina ainda temos as diferenças provocadas pelo simples fato da mulher ser mulher. Mulheres ganham salários menores mesmo com o mesmo grau de estudo, exercendo a mesma função que os homens. Ainda hoje existem profissões tidas como sendo masculinas, quando a mulher entra nesse mercado predominantemente masculino, ela sofre discriminação.
Hoje sabemos que as mulheres estudam mais que os homens e ainda é pouca a quantidade de mulheres em cargos de chefia de grandes empresas, isso mostra às desigualdades de gênero que ainda são predominantes na nossa sociedade machista. A luta da mulher pela sua inserção no mercado de trabalho não foi fácil, elas tiveram que lutar para ter o direito de trabalhar, de votas, de estudar, enfim de exercer a cidadania de modo pleno. A autonomia que elas têm conquistado diariamente faz com que as mulheres de hoje tenham autoconfiança e lutem para fazer valer seus direitos, buscando uma maior participação na política, efetivação de seus direitos e igualdade salarial em relação aos homens. Vale destacar que atualmente as mulheres são a maioria nas universidades, embora ainda sejam poucas em cargos de chefia. Porém existe também o outro lado da história, a violência de gênero ainda está presente em várias relações.
Várias mulheres são agredidas diariamente por seus maridos/companheiros, a elas foram conquistadas políticas de apoio a essas vítimas como a lei Maria da Penha, porém ainda é alto o número de mulheres agredidas que se calam. É nesse contexto de mudança que se encontra as atuais mulheres brasileiras, lutando por espaço político, por emprego, igualdade salarial e ainda convivendo com a violência doméstica. Neste cenário de violência doméstica é que se encontram os gráficos abaixo, essa é apenas uma demonstração de algo que acontece diariamente em nosso dia a dia. A violência acontece em todas as classes, com todas as idades, sendo assim, temos que lutar cada dia mais para que acabe de vez com essa vergonha que a violência doméstica, os gráficos abaixo demonstram essa triste realidade sofrida por várias mulheres em nosso país.