domingo, 11 de dezembro de 2011

Planos de Ação

De módulo a módulo temos que elaborar Planos de Ações tendo como foco principal o tema debatido nos módulos. Neste avaliação o tema é RAÇA. Nosso grupo idealizou direfentes planos, sendo que os temas e objetivos gerais foram:
  
PROJETO – ATITUDE NEGRA ( Mauriany Mognatto de Jesus):
Propor uma parceria com a UNIVEN - Faculdade de Nova Venécia-Es, para desenvolver um Núcleo de Atendimento as Adolescente e Mulheres Negras do Município de Nova Venécia – ES, em situação de violência doméstica e familiar. 

Essa parceria visa alcançar os objetivos de prestar assessoria jurídica tendo articulação com órgãos do sistema de justiça, em especial com o Ministério Público; oferecer apoio psicossocial; promover ações para prevenir e enfrentar a violência/violação de direitos e apoiá-las a darem um basta à violência praticada por seus atuais e ex-maridos, companheiros e namorados; capacitar os/as alunos/as na percepção da violência de gênero e raça e nas estratégias para superá-las. 

CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE NOVA VENÉCIA – ES SOBRE VIOLÊNCIA E PRECONCEITO RACIAL (Vitor Barbosa Dos Santos): Conscientizar a população de Nova Venécia – ES sobre a violência e preconceito racial, com a intenção de levar a população a fazer uma reflexão sobre o fato, na intenção de ampliar e abrir novos caminhos no que diz respeito a essa temática tão polêmica.

AÇÃO DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO DE HIPERTENÇÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO NEGRA DO BAIRRO PADRE GIANNE (Jordano Miguel dos Santos  Machado): Conscientizar e orientar a grupos de hipertensos quanto ao controle da pressão arterial e aos riscos cardiovasculares na população negra.

OPORTUNIDADE PARA A VIDA (Rayanne Santos Moulaz ):  O presente estudo busca versar sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que possuem deficiência física em tempos globalizados, principalmente no que tange as mulheres negras portadoras de deficiência.

PREPARAR OS JOVENS E ADOLESCENTES BRANCOS (AS) E NEGROS (AS) PARA O ENFRENTAMENTO DAS DESIGUALDADES COM MAIS CONHECIMENTO DE SEUS DIREITOS E DEVERES. (Creuza Batista Blcavello): Preparar o público jovem e adolescente para uma vida adulta com mais conhecimento e capacidade de gerir sua vida com mais independência no que diz respeito aos direitos e deveres, aceitando as diferenças de cor, etnia e gênero na perspectiva de um futuro mais humano. 

OFICINA PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES PRÓ-CIDADANIA DA ADOLESCENTE NEGRA FRENTE AO SEU DESENVOLVIMENTO BIOPSICOSSOCIAL (Lilian Cláudia Nascimento): Desenvolver competências, habilidades e atitudes pró-cidadania da adolescente negra frente ao seu desenvolvimento biopsicossocial, através de oficina, sob a temática racial, para adolescentes do sexo feminino que buscam o serviço de saúde do CAPS AD
JOVEM CONSCIENTE (Samantha Zen Rauta): Reduzir os altos índices de gravidez na adolescência do município de Nova Venécia/ES, principalmente de jovens negras, através da conscientização, orientação, prevenção e encaminhamentos

sábado, 10 de dezembro de 2011

1ª Caminhada da Consciência Negra de Nova Venécia - ES

Por Rosy Rosa e Mauriany Mognatto

Aconteceu no dia 19 de novembro de 2011, a 1ª Caminhada da Consciência Negra de Nova Venécia - ES, com a banda Afrozumba e Tambores da Vida. O encerramento se deu às 11h, na Praça do Granito. Em paralelo ao evento, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo fez uma mobilização, juntamente com a população, em menção ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Fotos do evento:













Mulheres Negras no Mercado de Trabalho


Por Vitor Barbosa dos Santos
Ao entrarem no  mercado de trabalho, as mulheres negras, encontram bastante desvantagens, mesmo que sua participação seja mais intensa que a de mulheres não-negras. A descriminação racial se acumula à ausência de equidade entre os sexos, aprofundando desigualdades e colocando as mulheres negras na pior situação comparada aos demais grupos (homens não-negros e negros e mulheres não negras). Elas sofrem dupla discriminação de sexo e cor pela sociedade, as mulheres de classe baixa encontram-se em situações de trabalho mais precárias, com salários baixos e apresentam altos índices de taxas de desemprego (DIEESE, 2005).  

As mulheres representam a maioria da força de trabalho, no entanto, continuam a receber salários inferiores aos dos homens. A remuneração da mulher é, em média, 82,3% da remuneração do homem e as aquelas que apresentam nível escolar superior completo só conseguem receber 58% do salário dos homens com igual escolaridade. Além das diferenças salariais, há os obstáculos ao seu acesso aos cargos mais elevados e qualificados, que concentram o poder e os melhores salários, e quando conseguem alcançar esse posto de trabalho tendem a ser menos valorizados. O acesso e a permanência no emprego continuam vinculados a comprovação de não gravidez, limite de idade, experiência profissional, portanto estabelecimento de critérios para contratação. Quando estas conseguem o cargo almejado ainda podem se deparar com outro problema ambiente de trabalho o assédio sexual e assédio moral (LIMA, 2004).

O movimento de mulheres negras vem atuando politicamente sobre os aspectos étnicos/raciais e sociais desenvolvendo novos acordos e associações. Cresce ao mesmo tempo entre as mulheres negras, a consciência de que o processo neoliberal que, entre outras coisas, acentua o processo de feminização da pobreza colocando a necessidade de articulação e intervenção da sociedade civil a nível mundial. Essa nova consciência tem levado estas mulheres a desenvolverem ações e criar instituições para buscarem melhoria das condições de vida, inserção no mercado de trabalho e conseqüentemente maior visibilidade social (PINTO, 2006). 
REFERENCIAS

DIEESE. A mulher negra no mercado de trabalho metropolitano: inserção arcada pela dupla discriminação. Estudos e pesquisa, 2005. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/esp/estpesq14112005_mulhernegra.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2011.           

PINTO, Giselle. Situação das mulheres negras no mercado de trabalho: uma análise dos indicadores sociais. Minas Gerais, set. 2006. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_298.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2011.

LIMA, M.E.B. Organização das mulheres na central, sobre a discriminação sofrida pelas mulheres no mercado de trabalho, política de cotas e sobre sua própria trajetória de Mulher trabalhadora e sindicalista. Em Revista, Santa Catarina, ano 3, N° 5, p. 14-15, 2004. Disponível em: <http://www.observatoriosocial.org.br/download/emrevista5.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2011.

Como superar a barreira do não saber, para entender que se tem direito de saber? Como romper os “favores” e mostrar que é “direito garantido”?


Por Lilian Cláudia Nascimento
Negra sim! Sobre a minha cabeça: tranças, cachos, cores, pixaim ou alisado. Na pele tons e sobre tons de um povo de luta. Negras, mulatas, mestiças. Sabores e dissabores dos encontros e desencontros em uma sociedade em estado de consolidação da democracia. A afirmação da história de lutas e conquistas, após quinhentos anos de escravidão, mostra a importância da mobilização e a construção de espaços nos quais haja a expressão pública de interesses como resultado de um processo democrático. A formação de espaços de expressão artística, literária, política engendrada na raiz da sociedade brasileira fez emergir modos de vida que permeiam nosso cotidiano. “Fazer movimento”, provocar discussões e debates, reflexões e invenções de como ser e estar no mundo, na vida de relações; contribuindo na constituição de uma nação de cores e sabores. Sim, sabores, prazer, porque é um prazer ser de pele preta e de sangue zumbi.
No mínimo são três os motivos da vida: realização pessoal, reconhecimento de sua história e seu saber, e sentir prazer de viver. Nesta luta diária, mulheres desejam viver dignamente e serem respeitadas como se apresentam em sociedade.
Entorpecidas pelo pensamento mágico da democracia, mulheres negras acreditam na possibilidade de serem “livres”. E foram ao trabalho fora do lar, que passaram a escolher outros modos de vestir, falar e viver! Num sopro de liberdade alcançaram patamares elogiáveis de autonomia e desempenho. Na dobradura do cotidiano vem o choque com os atrasos que a sociedade assimilou, mas ainda não transformou. É livre, a mulher negra, mas agrega em torno de si um arcabouço de simbolismo e sujeições, resquícios de um papel desempenhado outrora, mas que faz perpetuar uma subalternidade. Há um governo micropolítico de seu estado de ser livre, delimitando o espaço que deve ocupar por liberdade. Por assim dizer: uma liberdade assistida?
Como avançar na luta diária pelo respeito e dignidade à mulher negra sem considerar o curso de nossa história?
Para Hasenbalg o escravismo não deixa de ter seu papel na estrutura racista impregnada na sociedade moderna, como o analfabetismo como herança. Este precisa ser desvinculado da vida atual para se criar novos rumos frente a um racismo intolerável, mesmo que por vezes camuflado e sombrio.
É preciso empenho na leitura da realidade. Compreender as micropolíticas do cotidiano. Por vezes o racismo estampado no número de pacientes em busca de alento por estresse e parcas condições de trabalho, mães negras aceitando expulsão dos filhos das escolas por “indisciplina” sem devida participação na gestão escolar; dentre tantas mazelas cotidianas devido ao acesso restrito ao conhecimento. Como oportunizar o conhecimento para aquele que aprendeu a ser tutelado? Como empoderar aquele que espera ser medicalizado, porque assim sempre foi atendido? Como superar a barreira do não saber para entender que se tem direito de saber? Como romper os “favores” e mostrar que é “direito garantido”?
A mobilização de pessoas que se permitem encharcar-se da história negra, de lutas e constantes desafios econômicos, sociais, morais, religiosos, de tantos outros faz emergir coletivos políticos. Com o processo de abertura política dos anos oitenta, organizações vêm se configurando e dando voz e vez de modo articulado ao segmento de mulheres negras. E neste caminho deve-se perseverar. É preciso valorizar o grupo, o outro e romper o isolamento. E assim é construído um caminho para transformações sociais.

Fonte:

Discriminação e Preconceito


Por Creuza Batista Belcavello
A abolição da escravatura fora um marco no contexto histórico do ano de 1988, onde a suposta libertação dos escravos evidenciou grandes problemas sociais ao país que perduram até hoje. A pobreza e o descaso com a população negra é bem explícita nas estatísticas, sendo que 46% da população do Brasil são negos, a mesma representa 65% dos pobres, isso significa que nascer negro no Brasil implica uma probabilidade de crescer pobre e vítima de racismo. (Vídeo Quesito Cor).
Entre várias teorias e interpretações em relação ao racismo, há três vertentes mais significativas, onde uma se diz como produto do cientificismo classificatório do século XIX e da hierarquização biológica. A outra, como variação de uma disposição inseparável aos grupos humanos, e uma terceira, considera o racismo como um fenômeno específico da modernidade que se constrói a partir do afastamento da religião como forma de classificar e explicar o mundo.
De acordo com a terceira teoria, o racismo foi e é construído de acordo com o momento histórico. Pode-se dizer que um conjunto de opiniões pré concebidas valoriza e desvalorizam as diferenças entre os seres humanos, fazendo com que existam raças inferiores e superiores.
Embora as teorias tentem explicar a origem humana e as raças, não se consegue extinguir a discriminação e o pré-conceito em relação ao negro, onde a cultura é unânime em que os brancos são superiores e os negros inferiores, fato esse que se explica nas criações de políticas públicas e movimentos em relação ao negro. Sendo que, de acordo com o tempo, conhecimento e as necessidades foram surgindo os movimentos negros e de mulheres negras, organizada de acordo com a capacidade dos grupos, onde aqueles (as) que se diferenciavam pelo nível educacional, assumiam a frente dos movimentos, e os recursos eram transformados em prestação de auxilio àqueles desprovidos de proteção social, uma vez que o sistema do estado não era universal com capacidade de atender a todos.
As reivindicações do movimento de mulheres brancas e negras abrangiam além da luta pela discriminação e igualdade, mas também os direitos básicos garantido pela constituição como o direito de gerência do seu próprio corpo, autonomia do ser e liberdade de si.

Fonte:

Crime de Racismo contra estagiária por causa de seus cabelos e jeito de se vestir em São Paulo/SP

Por Samantha Zen e Mauriany Mognatto

A proposta deste módulo da pós-gradução é analisarmos o quesito RAÇA. Então nossos textos estão diretamente relacionado há "mulher negra". Partimos do princípio que a mulher em si há sofre preconceito, no entanto, ser mulher e ser negra é ainda mais difícil. Vivemos em uma sociedade preconceituosa, isso ninguém há de negar. Além do mais, no Brasil há uma relação direita entre negro e pobre. As pessoas sofrem muito com isso.
Desse modo, trazemos a reportagem exibida pelo Jornal Nacional dessa semana ( 07/12/11), onde relatou o racismo contra uma estagiária, por causa de seus cabelos e de seu modo de vestir.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=MNhlkpNlZI4 ou
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/12/policia-de-sao-paulo-investiga-denuncia-de-racismo-de-estagiaria.html


O Racismo e a Violência Doméstica


Por Rayanne Santos Moulaz
O racismo está presente em nossas vidas há séculos, esses ideais racistas tiveram início por volta do século XV. As pessoas que não fossem brancas, ricas e católicas eram vítimas de preconceito, essas raças como os judeus, mouros, negros, ciganos e índios eram considerados uma raça inferior, não civilizada e por isso podiam ser escravizados, perseguidos e mortos. Esse ideal de civilidade era estimulado principalmente pela igreja católica, que buscava na discriminação uma forma de manter seu prestígio social, onde utilizavam de relatos bíblicos, da ciência e posteriormente da antropologia para dar sustentação e força a essa idéia de melhores e piores, civilizados e bárbaros. Os povos que sofriam preconceito eram vistos como sendo degenerados, corrompidos por causa da sua falta de “sangue puro”. Essa visão de superioridade era estimulada pela ciência, ela dizia que pessoas negras, ciganas, mouros, judeus tinham o crânio menor, logo eram menos inteligentes e por isso menos civilizadas, esses preconceitos que se iniciou no século XV, perpassa por nós até os dias atuais.
Atualmente ainda somos discriminados, o negro ainda é visto como “preguiçoso”, a mulher como “burra”, esse preconceito recai sobre a nossa sociedade nos dias atuais. As mulheres são vistas como sendo propriedades privadas dos homens o que faz com que eles se achem os donos da vida delas. Esse fato contribui grandiosamente para a violência doméstica, pois a mulher vive com uma pessoa que se sente superior a ela, e por isso, pode fazer o que quiser com a vida da sua propriedade, assim como os fazendeiros fazia com seus escravos. A mulher deixa de ser a dona da sua vontade própria, e se torna refém de um marido tirano que usa da violência como forma de impor sua vontade. Ela se torna cada dia mais submissa, e as agressões físicas, sexuais e psicológicas só aumentam, pois o medo e a falta de denuncia fortalecem o extinto animalesco desse homem, fazendo com que as agressões se tornem cada dia mais frequentes e mais violentas.
Sendo assim, é necessário que essa mulher tome coragem para enfrentar esse homem, denunciando e não permitindo que ele cometa essa atrocidade com ela, só assim ela será a dona da sua própria vontade.

Fonte:
Imagem: http://hiphopmulher.ning.com/events/semana-de-ativismo-posse