sábado, 30 de julho de 2011

De acordo com a história...

A violência contra a mulher é um fenômeno histórico e somente nas últimas décadas que a violência de gênero tem sido percebida como uma questão de saúde da mulher e saúde pública. Segundo Saffioti (1997) para entender um pouco mais porque a violência é também uma questão de saúde pública, precisa-se compreendê-la no seu aspecto numérico (grande número de vítimas que atinge); nas repercussões deletérias na sanidade física e mental, assim como em suas decorrências econômicas para o país: diminuição do PIB à custa do absenteísmo ao trabalho; da diminuição da produtividade; e do período que ficam às expensas da seguridade social.
Tratando das políticas públicas de atendimento à mulher em situação de violência doméstica, se constata que historicamente, sempre houve um retrocesso, um descaso quanto a estas situações, conforme explicam Camargo e Aquino (2003). Os autores argumentam que, desde meados dos anos 80, observa-se no Brasil que a ação do Estado restringiu-se basicamente “à proteção policial e ao encaminhamento jurídico dos casos, visando à punição do agressor e reparação à vítima”. As avaliações em torno desta política apontaram este como um dos aspectos de insuficiência para uma intervenção de impacto sobre o problema.
Um avanço que se verifica com destaque no contexto de atendimento às mulheres em situação de violência doméstica foi a implantação, a partir dos anos 80, das Delegacias de Atendimento à Mulher, como conquista da luta contra a violência. A primeira foi criada em São Paulo, em agosto de 1985, sob pressão do movimento de mulheres e do Conselho Estadual da Condição Feminina (Saffioti, 1997). Posterior a esse acontecimento, outras 152 foram instaladas, no entanto, mais da metade delas no Estado de São Paulo e as demais principalmente nas capitais de outros Estados. Embora a grande concentração das delegacias tenha permanecido no Estado de São Paulo a existência do serviço quase restrito às capitais, houve uma evidente influência no sentido de um incremento de registro de ocorrências policiais em todo o Brasil.

Referencia:
Krieger Grossi, Patricia; André Tavares, Fabrício; Barros de Oliveira, Simone. A rede de proteção à mulher em situação de violência doméstica: avanços e desafios. Athenea Digital, 14, 267-280, 2008. Disponible em: <http://psicologiasocial.uab.es/athenea/index.php/atheneaDigital/article/view/538>. Acesso em: 29 de jul. de 2011.

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