quinta-feira, 31 de maio de 2012

PROJETO BÁSICO


PROJETO CASA DA CRIANÇA

Por: Ademar de Souza, Creuza Belcavello, Jordano Miguel, Mauriany Mognatto, Rayanne Santos e Samantha Zen.


1 Projeto Básico
1.1  Considerações Gerais sobre a Instituição Proponente

O Projeto Casa da Criança ofertará um serviço sócio-educacional para as crianças e se estenderá há um atendimento para as famílias com intuito de fortalecer os laços familiares. O Projeto Casa da Criança é uma instituição sem fins lucrativos que visa a cuidar de crianças de 6 a 10 anos no momento em que estas não estejam em horário escolar.

A partir da necessidade da mãe de permanecer no mercado de trabalho, está por sua vez, insere a criança aos cuidados da creche, esta permanece com a criança no período da manhã e da tarde. Entretanto, no momento que a criança atinge certa idade é necessário transferi-la para a série primária, mas nesta série, a criança não permanece o dia todo na escola, mas apenas meio período, necessitando assim, de cuidados fora deste período. Sendo assim, a mãe deixa a criança com algum parente próximo ou contrata os serviços de uma baba para permanecer neste período com seus filhos para que ela possa trabalhar tranquilamente. Assim o Projeto Casa da Criança visa cuidar destas crianças no momento que estas não se encontram na escola.

A proposta educacional realizado com estas crianças na instituição visa à socialização, desenvolvimento de caráter, respeito mútuo e autonomia melhorando assim sua qualidade de vida.

Segundo Vasconcellos (s/d, p. 7) os trabalhos de ações sócio-educativas apresentam projeto pedagógico distinto e o maior interesse é que ocorra a socialização, a participação comunitária, a cooperação, o respeito mútuo, o incentivo ao desenvolvimento de autonomia, e, principalmente, a melhoria da qualidade de vida. A intencionalidade é, também, de construir relações afetivas saudáveis e despertar o sentimento de pertença ao grupo social no qual estão inseridos. São instrumentos fundamentais de promoção da eqüidade e da igualdade social, além de permitirem aos usuários várias oportunidades, diversidade de atividades assegurando-lhes os direitos garantidos constitucionalmente.

Dentro desse contexto torna-se importante mencionar:

Independentemente de sua área de atuação, a proposta educacional de qualquer programa deve ser direcionada para a conquista gradual da autonomia e da plena cidadania: Uma boa maneira de visualizar essa conquista é promover junto aos educandos hábitos e atitudes de uma saudável convivência social. (CENPEC/ UNICEF, 2002, p. 60).

Na visão de Vasconcellos a complementaridade com a família dá-se pela possibilidade do convívio social e estímulo do processo de construção da própria identidade pessoal e grupal, no qual novos vínculos de afetividade e de segurança vão se estabelecendo.

Ainda nessa vertente Vasconcellos relata que nenhum programa poderá obter êxito se a família, formadora de um dos tripés dos programas complementares, não se fizer presente e ativa. Não será possível contribuir para o desenvolvimento da criança e do adolescente atendido, sem conhecer a realidade social que o núcleo familiar vivencia.

A família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora [...].Tal mundo interiorizado na primeira infância através da socialização primária é fortemente mantido na consciência, e, no decorrer da vida, novas interiorizações ocorrem, é o que chamamos de socialização secundária que facilita a adaptação dos indivíduos a novos papéis. (VITALE, 1997, p. 90)


1.2 Justificativa

Com as transformações sociais as mulheres inseriram-se no mercado de trabalho, necessitando assim deixar as crianças aos cuidados de terceiros. A escola começa a ter um papel de ampla importância neste momento. No entanto, o governo ainda não permanece com a criança o dia todo na escola, mas apenas meio período, fazendo com que o restante do dia esta fica à mercê dos cuidados de terceiros. Desse modo, o projeto visa cuidar das crianças no período em que elas não se encontram no ambiente escolar.

Segundo Simões (2010, p.190), “a família constitui a instância básica, na qual o sentimento de pertencimento e identidade social é desenvolvido e mantido e, também são transmitidos valores e condutas pessoais”. Desta premissa é que se justifica a elaboração do presente projeto, no qual trará para debate questões relevantes para um bom convívio intra-familiar bem como extra-familiar.

A implantação de um projeto sócio-educativo complementar ao da escola que vem a oferecer as crianças oportunidade de estar em um ambiente que possa proporcionar subsídios para uma formação cidadão é de estrema importância nos dias atuais.
Dentro desse contexto o projeto visa contribui para a melhoria da qualidade de vida de seus usuários, assegurando-lhes prioritariamente a efetivação dos seus direitos.
Diante disso, torna-se importante mencionar o artigo 4º do estatuto da Criança e do Adolescente traz, claramente, que é dever, também, da sociedade garantir a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, dentre eles, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à convivência familiar e comunitária.

Partindo do entendimento de que as crianças também aprendem na interação com seus pares, é fundamental o planejamento de um espaço que dê conta dessa premissa, permitindo que, ao conviver com grupos diversos, a criança assuma diferentes papéis e aprenda a se conhecer melhor.

Nesse processo, a brincadeira aparece como importante promotora de desenvolvimento, constituindo-se em uma atividade recreativa em que a criança aprende a atuar em uma esfera cognitiva que depende de motivações internas. Com conseqüência disso, constrói aprendizagens ao desenvolver ações compartilha com outras crianças, apropriando-se de um saber construído em uma cultura.
Convém destacar que, quando se trabalha na melhoria da situação sócio-educativa da criança, oferecendo-lhe a oportunidade de um futuro promissor, estamos aperfeiçoando não só a vida dessas crianças, como também, de toda a sociedade, além de colaborar para a execução legal no que tange à garantia dos direitos e deveres da criança.


1.3  Objetivos

Transformação social, moral, cultural e econômica dos moradores do bairro Aeroporto, da cidade de Nova Venécia, através de um sistema de trabalho preventivo com as crianças. Trabalhar com intuito de melhorar as relações familiares e ajudar os membros da família a exercerem seu papel dentro da estrutura familiar visando torná-la mais saudável e satisfatória.


1.4  Objetivos específicos

* Criação da Associação e do estatuto;
* Criação de instituição para o contra-turno escolar, acolhimento diurno com orientação moral, pedagógica, sexual, psicológica, social. A estrutura física instituição será segundo as normas da Anvisa. Quanto à estrutura pedagógica, usaremos os critérios do MEC;
* Encaminhamento de crianças de até 10 anos para a rede de serviços médico e odontológico do município; além de atendimento psicológico e assistencial;
* Oferecer corte de cabelo regular às crianças da instituição, através de profissionais voluntário;
* Criação de uma brinquedoteca;
* Oferecer encontros familiares com propósito de oferecer lazer e outras atividades que tratem as relações e os papéis familiares.

 
1.5 Metas/Produtos/Resultados Esperados

* Melhorar as expectativas de vida das famílias moradoras do bairro Aeroporto.
*  Auxiliar no desenvolvimento moral e psicológico das crianças.
* Realizar um trabalho preventivo com as crianças para que o bairro não se torne futuramente um ponto de venda de drogas.
* Tranquilizar as mães quanto à segurança dos filhos no momento em que estas se encontrem em seu local de trabalho.


     1.6 Público-Alvo

Prioridade para famílias dos Bairros Aeroporto, podendo aceitar crianças de outros bairros, caso haja vaga.

    1.7 Metodologia/Estratégia de Ação

As crianças que estudam no período da manhã iniciaram suas atividades na instituição no período da tarde, já as crianças que freqüentam as aulas no ensino regular à tarde participarão das atividades na instituição no período da manhã.
No momento em que as crianças estiverem na instituição estas realizarão atividades como: aulas de música (instrumentos musicais e coral), artesanato, reforço escolar, esportes, entre outras atividades que auxiliam no desenvolvimento de seu caráter. Também serão ofertados lanches para as crianças. A divisão das salas será por faixa etária.

Segundo o Artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (Brasil, 1990, p.25)
Dessa forma é fundamental que se tenha uma instituição voltada para o amparo da mãe, fornecer uma instituição que possa ofertar esse amparo e auxiliar para que a mãe possa trabalhar de forma tranquila enquanto seu filho fica com uma equipe especializada torna-se fundamental na vida de uma mulher que trabalha fora.

Na instituição serão realizadas atividades voltadas para lazer, cultura, cultura, educação, para que a criança seja tratada de forma integral, além dessas atividades também serão desenvolvidas ações sobre saúde, direitos das crianças e adolescentes, educação para que a criança possa crescer e se tornar uma pessoa consciente de seus direitos e deveres, tornando-se dessa forma um cidadão completo.


1.8 Prazo

A elaboração e a capitação de recursos serão realizados no ano de 2012 e a execução e início das atividades serão no começo do ano letivo de 2013.


1.9 Sustentabilidade

A associação, sócios mantenedores, doações de pessoas físicas ou instituições, parcerias com empresas e outras possibilidades de parcerias ou convênios que possam surgir. Contamos também com o convênio da prefeitura municipal para pagamento mensal dos funcionários. Quanto ao terreno da sede do Projeto Casa da Criança, ainda estamos em busca de um local para alugar.

As ações previstas apontam para uma gradativa melhoria no aspecto institucional quanto os atendimentos como porta principal para a efetivação de direitos constitucionalmente garantidos assim o Projeto Casa da Criança, busca para a sua sustentabilidade em primeira mão parceiros para injetar ações propositivas que com o decorrer do processo toma corpo e passa a ser difundido pelos próprios usuários, favorecendo o estabelecimento de vínculos positivos através da interação entre indivíduos, oportunizando um espaço para reflexão, troca de experiências e busca de soluções para problemas comuns estimulando o exercício ao fortalecimento familiar na qual contribui enormemente para o enfrentamento às situações de risco.
Pontuando a mobilização da comunidade para a construção da rede associando princípios de responsabilidade pela busca de soluções com os princípios da solidariedade.

O profissional de psicologia buscará compreender a subjetividade das famílias, buscando uma escuta ativa para suas individualidades e processo sócio histórico. Pautando em ações que promovam e favoreçam o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições pessoais e coletivas. Intervir nas situações de vulnerabilidade favorecendo a tomada de autonomia e o protagonismo das famílias assistidas.

Quanto ao trabalho a ser oferecido pela pedagoga, este será focado nos aspectos pedagógicos do processo cognitivo, afetivo e social das criança inseridas, levando-as a participar de todas as etapas do Projeto Casa da Criança, para que aprendam a expressar suas idéias e opiniões, assim se tornem sujeitos críticos e responsáveis pela sua história e passem a exercer de fato sua cidadania.

Ao profissional de Serviço Social cabe potencializar a força natural dos indivíduos e da comunidade, em ações para formação do fortalecimento dos laços familiares e da rede socioassistencial voltada à garantia de acesso aos direitos e ao exercício da cidadania.


1.10      Detalhamento dos Custos


ENCARGOS
QUANTITATIVO
VALORES APROX.
Profissionais especializados
03
R$ 4.500,00 mensal
Profissionais técnicos
05
R$ 7.500,00 mensal
Locação de imóvel
01
R$ 1.500,00 mensal
Adequação do espaço físico
01
R$ 20.000,00
Material de expediente
01
R$ 200,00
Mobília
15
R$ 10.000,00
Automóvel
01
R$ 50.000,00

1.11 Declaração de Contrapartida
DECLARAÇÃO DE CONTRAPARTIDA

Declaro, em conformidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias vigentes, que dispomos dos recursos financeiros, no valor de 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), para participação na contrapartida ao repasse de recursos destinado ao Projeto Casa da Criança.

Declaro, também, que na hipótese de eventual necessidade de um aporte adicional de recursos, este Agente Executor se compromete pela sua integralização durante a vigência do Convênio que vier a ser celebrado.





NOVA VENÉCIA - ES, 01 DE JUNHO DE 2012





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Presidente Casa da Criança




1.12 Declaração de Adimplência


DECLARAÇÃO DE ADIMPLÊNCIA PERANTE ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA



DECLARAÇÃO



O Projeto Casa da Criança, por meio do seu representante legal abaixo qualificado, para efeito do disposto no art. 2°, inciso VII e art. 3°inciso VII da Instrução Normativa 01/97 da Secretária de Tesouro Nacional, que o Projeto Casa da Criança está em dia com suas obrigações perante qualquer órgão ou entidade da Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal.





NOVA VENÉCIA – ES, 01 de JUNHO DE 2012






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Presidente Casa da Criança



2. Plano de Trabalho

2.1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

A palavra lúdica, de acordo com Santos (1997, p. 9) vem do latim ludus e significa brincar. Desta maneira verifica-se que toda atividade em que o indivíduo tenha possibilidades de se divertir, de brincar e de criar, é uma atividade lúdica.

Independente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz de conta se confunde. O jogo esta na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, e de criar de transformar o mundo.

O lúdico está presente em todos os momentos da vida da criança. Verifica-se que, mesmo aquelas que não têm brinquedos caros e sofisticados, também brincam, pois brincar é a capacidade de abstrair o concreto para emergir em um mundo de fantasia e imaginação.

Para confirmar essa fala, basta que se observem crianças que fazem de garrafas pets, naves voadoras ou carros. Algumas vezes brincam com a caixa do brinquedo e nem ligam para o brinquedo em si.

A questão é que nem sempre o adulto tem esta percepção do lúdico. Pensam que o brincar depende de brinquedos caros e não priorizam aqueles que as crianças possam manipular, explorar, descobrir. Toda criança brinca. Mesmo aquelas totalmente desprovidas de recursos, conseguem descobrir e inventar uma forma de se divertir.

Acredita-se que a percepção da importância do lúdico somente foi possível a partir do momento em que se verificou que a criança não era um adulto em miniatura. Que ela tinha um ritmo próprio de desenvolvimento e que era preciso favorecer este crescimento, apresentando a elas atividades enriquecedoras. Na visão da criança como um adulto, não era a ela permitido brincar, pelo menos não na escola. A escola era um lugar sério, onde somente se deveria ler e escrever e o brincar neste contexto seriam uma perda de tempo.

Os próprios professores foram contaminados por este tipo de pensamento. Acreditavam que somente com muita cópia e leitura é que seus alunos poderiam aprender que a brincadeira era para os ociosos, pois as crianças da escola têm coisas mais importantes para aprender.

A importância do lúdico vem sendo destacada por inúmeros teóricos como Rousseau, Froebel, Dewey, Piaget e outros. Esses estudiosos contribuíram favoravelmente para o entendimento da criança como um ser a se desenvolver, daí a necessidade dos jogos e brincadeiras inseridas na educação como favorecedoras de uma prática pedagógica mais significativa. Para esses autores o jogo é de fundamental importância para o desenvolvimento humano e para a educação infantil apesar de suas divergências teóricas.

A brincadeira pode favorecer a possibilidade do aprender naturalmente, pois a criança exercita conceitos como grande, pequeno, liso, áspero, fino e grosso. Conceitos estes que muito contribuirão para a aquisição de conceitos mais elaborados quanto o processo da aquisição da leitura e escrita e dos conhecimentos matemáticos.

O jogo é um caso típico das condutas negligenciadas pela escola tradicional, dado o fato de parecerem destituídas de significado funcional. Para a pedagogia correta, é apenas um descanso ou o desgaste de um excedente de energia. Mas esta visão simplista não explica nem a importância que as crianças atribuem aos jogos e muito menos a forma constante de que se revestem os jogos infantis, simbolismo ou ficção (PIAGET, 1972, p.156).

As brincadeiras ajudam a criança a desenvolver-se plenamente. O período do brincar é tão significativo como ponte para a realidade que a criança experimenta, revoluciona e sente-se mais segura para interagir-se com o mundo.

O professor é um facilitador das atividades lúdicas na aprendizagem, onde se origina da percepção de que a criança aprende melhor, quando as atividades são mais interessantes e prazerosas para elas. Ao propor alguma atividade com o objetivo de que a criança aprenda alguns conceitos, o professor deve procurar sempre apresentar alguma estratégia lúdica buscando uma maior participação dos alunos. Quando as atividades são interessantes desperta nas crianças a curiosidade e, conseqüentemente, elas deverão procurar as respostas para o que foi proposto.

Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, à função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação geral de jogo educativo (KISHIMOTO, 2001, p.83).

A introdução do lúdico nas atividades escolares e nos projetos sócio-educativo exige do aluno que ele, além de participar compartilhe suas emoções com os colegas. Esta ação favorece a socialização que é outro aspecto que revela quanto os jogos e as brincadeiras podem auxiliar o processo ensino-aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. O lúdico é o estímulo para a criança gostar de estudar, de participar, de aprender.

O brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo, o brinquedo educativo conquistou espaço na educação infantil. Quando a criança está desenvolvendo uma habilidade na separação de cores comuns no quebra-cabeça à função educativa e os lúdicos estão presentes, a criança com sua criatividade conseguem montar um castelo até mesmo com o quebra-cabeça, através disto utiliza o lúdico com a ajuda do professor (KISHIMOTO, 2001, p.36-37).

O lúdico desperta na criança as suas reais possibilidades de interação com o meio onde se encontra, e não apenas estar nele sem dele fazer parte. Dessa maneira, julga-se ser importante que a escola seja também um ambiente lúdico, pois afinal a educação não deve ser sinônimo de opressão, austeridade e autoritarismo. Pode-se perceber que quando as crianças estão alegres, satisfeitas, elas aprendem melhor. Isso ocorre porque sentem prazer de aprender e não porque são obrigadas a deter determinados conhecimentos que não tem significados para elas.

Outra idéia errônea em relação aos jogos e brincadeiras é que o espaço deles existe somente em datas especiais como dia da criança ou festa de final de ano. Jogos e brincadeiras devem ser inseridos em qualquer época. Entretanto, deve-se deixar claro que os jogos e brincadeiras não devem ser inseridos aleatoriamente, sem que anteriormente sejam traçados objetivos claros para a sua utilização.

De acordo com Araújo (1992, p. 19),

A criança procura compreender o seu mundo através de um relacionamento ativo com pessoas e objetos. Ao deparasse com situações e acontecimentos, ela vai se adaptando através da construção sucessiva de estruturas, às quais apresentam formas de progresso com relação às anteriores e garante uma equilibração cada vez mais complexa, que culmina com o alcance do raciocínio abstrato.

Ao brincar a criança explora um mundo de sentimentos em impulsos inconscientes com origem afetiva de todas as ações e reações observadas, ajudando na elaboração das fantasias, dos seus conflitos, desejos infantis através de símbolos assim expressos, que substituem um desejo recente um pensamento, ou intenção inconsciente.

Cada brinquedo tem o seu significado através do manuseio. O modo como joga como escolhe os brinquedos, mostra o seu comportamento e suas reações. Em idades mais infantis, o jogo tem valor fundamental na sua vida, ela projeta toda a sua personalidade, manifestando seus instintos, dificuldades, curiosidades, afeições e conflitos.

A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à pratica educativa. E, pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças que em todo lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação a leitura, ao calculo ou à ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações, geralmente tidas como maçante (AGUIAR, 1998, p.37).
Os brinquedos educativos não são apenas para dar destreza manual e controle senso-motor, mas também para procurar conhecimento de modo operativo, afinar os mecanismos perspectivos e lógicos, fazer entrar de forma adaptada, em relação com as coisas, empenhar experiências informais com o trabalho manual que implica no alto empenho intelectual de que a criança é capaz, na idealização, no planejamento, desenvolve-se a sensibilidade relativamente ao problema e a escolha dos meios necessários a sua solução. Adquire-se conhecimentos, aptidões, capacidade de colaborar, criatividade e socialização.


2.1.1 Jogos e brincadeiras

Os jogos e brincadeiras, por excelência, são uma atividade livre e cada brinquedo tem o seu significado através do manuseio. O modo como joga como escolhe os brinquedos, mostra o seu comportamento e suas reações.

Brincar é fantasiar, inventar, criar, entender, construir, modificar, experimentar, destruir, imaginar. A criança retira de sua vida os conteúdos da brincadeira através de impressões e sentimentos que vivencia, dos conhecimentos que aprende das histórias que escuta. Por isso, para brincar é reciso entender que a brincadeira é uma atividade da imaginação (ABRAMOWICZ, WAJSKOP, 1999, p. 21).

As atividades lúdicas segundo Brandão et. al. (2009, p. 13-14),

Podem ser poderosos aliados para que os alunos possam refletir sobre o sistema de escrita, sem, necessariamente, serem obrigados a realizar treinos enfadonhos e sem sentido. Nos momentos de jogo e brincadeira, as crianças mobilizam saberes acerca da lógica de funcionamento da escrita, consolidando aprendizagens já realizadas ou se apropriando de novos conhecimentos nessa área. Brincando, elas podem compreender os princípios de funcionamento do sistema alfabético e podem socializar seus saberes com os colegas.

É importante ressaltar que é preciso ter cautela, pois nem tudo se aprende e se concretiza durante a brincadeira. É essencial criar circunstâncias em que os alunos possam sistematizar aprendizagens, tal como refere-se Kishimoto (2003, p. 37-38).

A utilização do jogo potencializa a exploração e construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros bem como a sistematização de conceitos em outras situações que não jogos.

Diante disso Vygotsky (apud DALLABONA, MENDES, 2004, p. 109) “atribui relevante papel ao ato de brincar na contribuição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos”.

Dessa forma, acredita-se que o lúdico seja um fator primordial para o desenvolvimento da criança através dos jogos, pois a partir deles podem existir inúmeras possibilidades de construir um espaço de experimentação e de transição entre o seu mundo interior e o exterior. Huizinga (1938), afirma que a capacidade de fascinação e divertimento provocado pelo jogo é a sua essência e principal característica. Acredita, ainda, que o principio do prazer presente na subjetiva do corpo que brinca, contrapõe-se ao principio de desempenho que institui a razão repressora.

Na visão de Vygotsky (1984), é através da brincadeira que a criança se desenvolve plenamente, construindo seu próprio pensamento.

A criança expressa - se pelo ato lúdico e é através desse ato que a infância carrega consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura infantil, desenvolvendo formas de convivência social, modificando-se e recebendo novos conteúdos, a fim de se renovar a cada nova geração. É pelo brincar e repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber fazer, incorporando-o a cada novo brincar (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 103).

Portanto, o emprego da atividade lúdica, não produz outra coisa que o prazer de brincar, desde que permita a expressão do agir e interagir, ao brincar a criança explora um mundo de sentimentos em impulsos inconscientes com origem afetiva de todas as ações e reações observadas, ajudando na elaboração das fantasias, dos seus conflitos, desejos infantis através de símbolos assim expressos, que substituem um desejo recente um pensamento, ou intenção inconsciente.

De acordo com Sanches (2004, p.30),

Brincar é uma experiência fundamental para qualquer idade, especialmente para as crianças com idade entre 03 a 06 anos, que brincam para viver, interagem com o real, descobrem o mundo que as cerca, se organizam, se socializam.

A socialização proporcionada pela ludicidade é inegável na medida em que se relaciona com outro, nos diferentes âmbitos, quer do pensamento, quer da competitividade, quer do cumprimento de regras.

Desta forma, o brincar e o brinquedo já não são mais na escola aquelas atividades utilizados pelo professor para recrear as crianças, como uma atividade em si, torna-se uma ferramenta primordial, pois, quanto mais rica for à experiência pela criança, maior será o material disponível e acessível a sua imaginação.

Diante disso, o professor terá a necessidade de ampliar cada vez mais o material pedagógico utilizando adequadamente, pode se tornar um objeto dinâmico que se altera de acordo com a necessidade de cada aluno.

Mrech (1987, p. 13) relata que,

Quando se lida com brinquedos jogos e materiais pedagógicos devem-se atentar a uma enorme quantidade de estruturas de alienação do saber que cercam esses objetos. É preciso que elas sejam identificadas com precisão para que o processo de intervenção pedagógico se realize mais facilmente.

Dessa forma, acredita-se que o lúdico seja um fator essencial para o desenvolvimento da criança através dos jogos, pois a partir deles podem existir inúmeras possibilidades de construir um espaço de experimentação e de transição entre o seu mundo interior e o exterior.

Kishimoto (1993, p. 106) afirma que:

A criança procura o jogo como uma necessidade e não como uma distração [...] É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ele traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo visível e pelos brinquedos, que ele executa.

No entanto constata-se que a brincadeira deve ocupar um lugar central na educação, entende-se que o professor é figura vital, pois os espaços são um convite para se divertirem. E se divertindo, os ambientes influenciam sua afetividade, sua disposição para as situações da vida cotidiana, o despertar de conceitos e o conhecimento de si mesmas.

Segundo Moyles (2009, p. 19):

Brincar é uma parte fundamental da aprendizagem e do desenvolvimento nos primeiros anos de vida. È muito importante que as crianças aprendam a valorizar as suas brincadeiras, o que só pode acontecer se elas forem igualmente valorizadas por aqueles que as cercam.  Brincar mantém as crianças físicas e mentalmente ativas.

Pode-se afirmar que as atividades lúdicas desempenham um papel determinante permitindo aos educandos conviverem com alegria, levando a criança a ter um bom desenvolvimento de diversos comportamentos.

Eu quero ser criança, com todo o direito de ser criança. Quero poder brincar e quero tocar no outro com a leveza da minha brincadeira. Quero poder sorrir e quero, ao sorrir, ajudar o Outro a perceber que ainda há motivos para ter esperança (CHALITA, 2005, p. 98).

É preciso que o professores se coloquem como participantes, acompanhando todo o processo da atividade lúdica da criança, pois contém as máximas possibilidades de expressão criativa e comunicativa, sendo à base da aprendizagem e da construção tanto da sua inteligência como da sua personalidade total.

Assim compreende-se que o material pedagógico pode ou não desencadear reações entre as pessoas, pois o objeto que desencadeou reações muito positivas em uma classe pode ser o mesmo que paralisará outra.

Quando se lida com brinquedos jogos e materiais pedagógicos devem-se atentar a uma enorme quantidade de estruturas de alienação do saber que cercam esses objetos. É preciso que elas sejam identificadas com precisão para que o processo de intervenção pedagógico se realize mais facilmente.


2.1.2 Avaliação

A avaliação será realizada durante toda a execução do projeto, com a participação constante das famílias beneficiárias. Tendo por meta verificar se os objetivos propostos foram alcançados e se há necessidade de redirecionar ações.

Desta forma os trabalhos realizados serão avaliados pela equipe envolvida e pelas famílias, através de reuniões periódicas e entrevistas junto aos mesmos, para tanto será utilizado formulário.

No que tange a observação dos resultados esperados pela equipe envolvida no projeto, será realizada mensalmente uma reunião na qual serão analisados pela equipe interdisciplinar: Pedagogia; Psicologia e Serviço Social os fatos ocorridos no desenvolvimento do projeto. Os resultados dessas avaliações serão apresentados em relatórios parciais.

Com o término do ano será realizada uma avaliação geral das atividades desenvolvidas, emitindo-se um relatório final, com as devidas prestações de contas.
Em relação aos indicadores de monitoramento e avaliação serão observados os seguintes itens:


Atividade
Indicador
Meio de Verificação
Mobilização e Organização Familiar
·     Desenvolvimento das atividades programadas;
·     Participação das famílias nas atividades programadas;
·     Adaptação das famílias nas atividades propostas;
·     Interesse, desenvolvimento e dificuldades encontradas no processo;
·     Mobilização e organização das família;
·     Integração entre as famílias e composição.
·        Relatórios parciais e finais;
·      Lista de presença;
·      Fotos, organização de associações;
·      Depoimento das famílias.
A Família e Contemporaneidade: Processo Educativo dos Filho; Planejamento;Papéis; Limites; Afeto; Gênero; Cidadania
·     Desenvolvimento das atividades programadas;
·     Participação das famílias nas atividades programadas;
·     Adaptação das famílias nas atividades propostas;
·  Interesse desenvolvimento e dificuldades encontradas no processo
·     Mobilização e organização das famílias
·     Integração entre as famílias e sua composição ;
·     Melhoria na responsabilização da família no processo educativo dos filhos
·      Relatórios parciais e finais;
·      Lista de presença ;
·      Fotos;
·      Aumento das visitas na escola assim como nas reuniões para o responsável;
·      Melhoria no rendimento escolar;
·      Diminuição da evasão;
·      Visita domiciliar após a execução da etapa do projeto para averiguar a melhoria da responsabilização da família no processo educativo dos filhos e na convivência familiar.


Educação Sanitária e Ambiental
·     Desenvolvimento das atividades programadas;
·     Participação das famílias nas atividades programadas;
·     Adaptação das famílias nas atividades propostas;
·     Interesse desenvolvimento e dificuldades encontradas no processo
·     Mobilização e organização das famílias
·     Integração entre as famílias e sua composição ;
·      Melhoria nos hábitos de higiene
·      Fotos
·      Número de vezes/semana que o carro de lixo passa no local;
·      Aumento da procura por atendimento nos PSFs ;
·      Aumento do número de atendimentos da nutricionista;
·      Visita domiciliar após a execução da etapa do projeto para averiguar a melhoria nos hábitos de higiene.
 Oficinas/ações de Geração de Trabalho e Renda
·     Desenvolvimento das atividades programadas;
·     Participação das famílias nas atividades programadas;
·     Adaptação das
·                     famílias nas atividades propostas;
·     Interesse desenvolvimento e dificuldades encontradas no processo
·     Mobilização e organização das famílias
·     Integração entre as famílias e sua composição ;
·     Capacidade de emancipação da família.
·      Relatórios parciais e finais;
·      Lista de presença;
·      Fotos;
·      Materiais produzidos pelas famílias;
·      Aumento na renda das famílias



3  Cronograma de Execução

Elaboração e a capitação de recursos
Maio a Dezembro de 2012
Início das atividades
Começo do ano letivo de 2013


3.1 Plano e Aplicação

Sala de vídeo/TV; cozinha; dispensa; banheiro para adultos masculinos e femininos; banheiro para crianças; secretaria; cantina; almoxarifado; sala para atendimentos diversos; sala para armazenamento de donativos; sala para guardar instrumentos musicais; quadra de esportes; brinquedoteca; biblioteca; sala de informática.


REFERÊNCIAS

ABRAMOWICZ, Anete; WAJSKOP, Gisela.  Educação infantil: Creches: Atividades para crianças de zero a seis anos. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 1999.

AGUIAR, João Serapião de. Jogos para ensino de conceitos: leitura e escrita na pré-escola. 2. ed. Campinas. SP: Papirus, 1998.

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