Por Maurianny Mognatto de Jesus
Os dados foram coletados na Delegacia de Polícia Civil de Nova Venécia – DEPOL, baseados nos Boletins de Ocorrência referentes ao primeiro semestre de 2010, a pesquisa ocorreu no período de junho e julho de 2010. Foram analisados todos os boletins de ocorrência, sendo que 109 são referentes à violência doméstica, esses dados foram tabulados e transcritos a seguir.
Os dados foram coletados na Delegacia de Polícia Civil de Nova Venécia – DEPOL, baseados nos Boletins de Ocorrência referentes ao primeiro semestre de 2010, a pesquisa ocorreu no período de junho e julho de 2010. Foram analisados todos os boletins de ocorrência, sendo que 109 são referentes à violência doméstica, esses dados foram tabulados e transcritos a seguir.
Gráfico 1 – Faixa etária das vitimas
Ao abordar os entrevistados quanto à faixa etária, constatou-se que 43,12% encontram-se na faixa etária de 13 a 30 anos; 37,61% entre 31 a 45 anos, 15,60% entre 46 a 60 anos, 2,75% entre 61 a 80 anos e 0,92% não responderam, conforme gráfico um.
Gráfico 2 – Idade do agressor
A idade em que as mulheres foram agredidas com mais freqüência foi de 13 a 30 anos, seguido pela idade de 31 a 45 anos, a idade em que os homens agrediram com mais freqüência foi de 14 a 30 anos, seguido pela idade de 31 a 45 anos. Isso pode se dar por causa do despreparo das pessoas que resolvem se unir, sendo que não estão “maduras” o suficiente para enfrentar os problemas que uma relação traz isso acaba gerando discussões o que leva a violência. Outra questão a ser levantada diz respeito à cultura e a vivência de cada pessoa, pois vivemos em uma cultura machista em que os homens “aprendem” desde crianças que são proprietários de suas esposas e assim podem tratá-las como quiserem, pode observar que a diferença de idade entre homens e mulheres é muito pequena, sendo que a violência acaba se tornando a conseqüência de uma cultura e uma educação machista.
Gráfico 4 – Profissão do agressor
A maioria das vítimas é domésticas, seguido pelas autônomas, a maioria dos homens é autônomo, observa-se desse modo que essas pessoas não possuem vínculo empregatício, salário fixo, e não contribuem com o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), pressupõe-se que sejam pessoas de baixa renda (que sobrevive com um salário mínimo ou menos). Isso não significa que a violência seja específica da classe pobre, mas está presente também em todas as classes sociais, porém a classe pobre expõe mais o problema e a classe média esconde que sofre esse tipo de violência, uma vez que em sua maioria são pessoas conhecidas dentro da cidade.
Gráfico 5 – Tipos de agressãoA violência cometida com maior freqüência foi a agressão física, seguida pela psicológica, um fato que nos surpreendeu foi que na maioria das agressões, o agressor estava sóbrio, ou seja, não estava sob efeito de nenhum tipo de substancia que pudesse aumentar a agressividade com a mulher ou com qualquer outro membro da familiar.
Gráfico 7 – Relação com o agressor
Gráfico 8 – Estado Civil
A maioria das mulheres que foram agredidas foram vítimas de seus próprios maridos, seguidos pelos filhos que agrediram suas mães. O estado civil que aparece com mais freqüência são os casados, o que vem demonstrar que a violência está sendo cometida dentro dos lares, onde deveria ser um lugar de “paz”, onde as pessoas se respeitassem e se amassem acaba se tornando um lugar hostil, em que a violência se propaga contra os próprios membros da família.
Gráfico 9 – Zona Urbana e Zona Rural
Gráfico 10 – Outras cidades
A maioria dos casos denunciados ocorreu na zona urbana, havendo denuncias de outras cidades, como Vila Pavão, São Gabriel da Palha, Boa Esperança e Nestor Gomes (Distrito de São Mateus), acreditamos que na zona rural o número de denúncias ainda é pouco por causa da falta de acesso até a delegacia, além da falta de policiamento, com isso somasse a vergonha que as mulheres sentem ao denunciar, pois quanto menor a cidade, maior é a repercussão que o fato traz para a vida da mulher e da família como um todo.
MOULAZ, Rayanne Santos; Cândido, Stéfane Honorato. A violência além do espaço do lar – Uma questão sem precedentes no município de Nova Venécia- ES. 2010, 111 f. Monografia (Graduação em Serviço Social) – Faculdade Capixaba de Nova Venécia, Nova Venécia, 2010.